Se há 20 anos um diploma universitário era quase um passaporte garantido para o sucesso, hoje a realidade é bem diferente. Vivemos os "novos tempos modernos", onde a tecnologia e a inteligência artificial estão redesenhando radicalmente o mundo do trabalho.
Se há 20 anos um diploma universitário era quase um passaporte garantido para o sucesso, hoje a realidade é bem diferente. Vivemos os "novos tempos modernos", onde a tecnologia e a inteligência artificial estão redesenhando radicalmente o mundo do trabalho.
24/09/2025
No Brasil, 65% dos estudantes do ensino médio desejam ingressar na faculdade, vista como um divisor de águas – afinal, quem tem ensino superior ganha, em média, 148% a mais. No entanto, o acesso ainda é um desafio, com apenas 18% dos adultos concluindo a graduação. Para o filósofo Mário Sérgio Cortella, a faculdade não é mais a única via, mas mantém sua relevância por fornecer um alicerce único de convivência e pensamento crítico. Ela não é um fim, mas parte de uma jornada contínua de aprendizado.
A previsão do Fórum Econômico Mundial é ao mesmo tempo fascinante e alarmante: 65% dos jovens que ingressam hoje na escola terão carreiras que simplesmente ainda não foram inventadas. Isso sinaliza o fim definitivo do "lugar seguro".
Na revolução industrial em curso, funções operacionais e repetitivas tendem a desaparecer. O valor estará em profissionais altamente especializados para a nova economia, com habilidades em análise, criatividade e solução de problemas complexos.
Especialistas projetam que as seguintes profissões liderarão o ranking salarial na próxima década, com remunerações que refletem sua alta especialização e demanda:
• Especialistas em IA e Machine Learning: R$ 35.000 a R$ 50.000/mês
• Cientistas e Analistas de Dados: R$ 40.000 a R$ 45.000/mês
• Engenheiros de Robótica: R$ 28.000 a R$ 40.000/mês
• Especialistas em Cibersegurança: R$ 25.000 a R$ 38.000/mês
• Especialistas em Big Data: R$ 25.000 a R$ 35.000/mês
*Fonte: Fórum Econômico Mundial (2023) - Future of Jobs Report*
Um estudo do Observatório Nacional da Indústria (ONI) confirma essa tendência e detalha os cargos que ganharão relevância, mostrando que o caminho não se limita ao ensino superior. A indústria demandará profissionais em dois níveis:
Nível Técnico:
• Técnico em Microrredes e Energias Renováveis (demanda de 30% das empresas)
• Técnico em Cibersegurança Industrial (25%)
• Técnico em Manufatura Aditiva - Impressão 3D (25%)
Nível Superior:
• Gerente de Inovação Aberta e Colaborativa (27%)
• Gestor de Sustentabilidade e Economia Circular (20%)
• Engenheiro de Machine Learning e IA Industrial (10%)
Diante de um futuro tão dinâmico, a pergunta crucial é: como preparar os filhos?
A resposta vai muito além de escolher um curso específico. É necessário focar no desenvolvimento de habilidades fundamentais que os tornarão resilientes e adaptáveis, independentemente da profissão que venham a exercer.
O futuro do trabalho não será sobre ter um diploma específico, mas sobre a capacidade de aprender, desaprender e reaprender continuamente. O papel dos pais e das escolas é preparar os jovens para a realidade, desenvolvendo neles um alicerce sólido de pensamento crítico e curiosidade intelectual. O amanhã pertence a quem souber aprender.